A gestão estadual de Rondônia, liderada pelo governador Marcos Rocha (União Brasil), enfrenta uma grave crise política após o indiciamento de Elias Rezende, atual secretário-chefe da Casa Civil. O inquérito policial nº 014/2021/DRACO, concluído e relatado pela delegada Simone Barbieri em 06 de junho, apura crimes como fraude em licitação e associação criminosa envolvendo a contratação de uma empresa para digitalização de documentos, em um contrato que ultrapassa 2 milhões de reais.
Rezende, conhecido por sua posição estratégica como principal assessor do governador, está no centro de um esquema que levanta sérias suspeitas sobre a integridade da administração pública.
Detalhes Perturbadores da Investigação
A investigação identificou indícios robustos de favorecimento à empresa contratada. Entre as evidências mais preocupantes, destaca-se um cheque de R$ 150 mil encontrado em posse de um dos envolvidos durante uma busca realizada pela Polícia Civil em um hotel. O cheque, emitido por um familiar próximo de um político de extrema-direita local, reforça as conexões suspeitas e o possível envolvimento de outras figuras influentes no esquema.
A cronologia dos eventos após a conclusão do relatório da delegada Simone Barbieri intensifica as suspeitas de interferência. No mesmo dia em que o relatório foi finalizado, o governador Marcos Rocha exonerou o então diretor-geral da Polícia Civil, delegado Samir Fouad Abboud, substituindo-o pelo delegado Jeremias Mendes de Souza. Apenas três dias depois, Jeremias afastou a delegada Simone Barbieri da 1ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), decisão que gerou questionamentos generalizados sobre possíveis tentativas de abafamento das investigações.
A delegada Barbieri, reconhecida por sua atuação rigorosa contra a corrupção, conseguiu, antes de ser afastada, encaminhar o relatório completo para o Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Controladoria-Geral do Estado (CGE).
Suspeitas de Censura e Impacto Político
Além das mudanças na cúpula da Polícia Civil, relatos de que veículos de comunicação que publicaram críticas ao chefe da Casa Civil foram pressionados a retirar matérias do ar intensificam as suspeitas de censura e de um suposto controle político sobre a narrativa pública do caso.
O escândalo ameaça a credibilidade da gestão de Marcos Rocha, cujo discurso sempre esteve pautado em valores cristãos e ética na administração pública. A manutenção de Elias Rezende no cargo, mesmo após o indiciamento, pode minar ainda mais a confiança da população e prejudicar o futuro político do governador, além de abrir espaço para questionamentos sobre sua capacidade de liderança e controle de sua equipe.
Com mais de 1 mil páginas de documentação no inquérito, incluindo provas e depoimentos, o caso de Elias Rezende revela um esquema que pode ter ramificações profundas no governo estadual. O Ministério Público e o Judiciário são agora os grandes responsáveis por dar respostas claras e céleres à sociedade rondoniense.
A expectativa é que medidas sejam tomadas rapidamente para garantir que a justiça prevaleça e que casos de corrupção sejam enfrentados com a seriedade e a transparência que a população de Rondônia exige.
Fonte: Felipe Corona
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