Um tremor de terra seguido por um forte estrondo assustou os moradores dos municípios de Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e Nova União na noite do último domingo, 22 de junho. O fenômeno, ocorrido por volta das 19h45, teve uma duração estimada de quatro segundos e foi o suficiente para gerar uma onda de relatos e apreensão nas redes sociais.
Em Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste, residentes descreveram uma leve, porém nítida, trepidação do solo. O que mais chamou a atenção, no entanto, foi o barulho subsequente, comparado por muitos a uma explosão subterrânea. Relatos semelhantes foram compartilhados por moradores de Nova União, localizada a aproximadamente 40 quilômetros de Ouro Preto do Oeste.
“A gente sente o chão balançar e, logo depois, aquele barulho que parece vir das profundezas. Dá medo mesmo”, comentou uma moradora de Ji-Paraná em uma mensagem de áudio que circulou rapidamente em grupos de WhatsApp. Nas redes sociais, a movimentação foi intensa, com dezenas de usuários compartilhando suas experiências e buscando informações sobre a origem do abalo.
Apesar do susto, não houve, até o momento, qualquer notificação de danos materiais a estruturas ou de pessoas feridas. A Defesa Civil dos municípios não registrou ocorrências relacionadas ao tremor.
Fenômeno Recorrente na Região
Para os habitantes mais antigos de Ouro Preto do Oeste, a sensação não é inteiramente nova. A cidade tem um histórico de registrar tremores de terra com certa frequência, com uma média de dois a três eventos sísmicos sentidos anualmente. A explicação mais comum para esses fenômenos, segundo especialistas e relatos históricos, é que a região sente os reflexos de terremotos de maior magnitude que ocorrem em países vizinhos, como Chile e Venezuela, ou até mesmo no Oceano Pacífico. As ondas sísmicas, ao se propagarem por milhares de quilômetros, chegam atenuadas à região.
O sistema de alerta de terremotos do Google chegou a notificar alguns usuários de celulares com sistema Android na área, validando a percepção dos moradores sobre a atividade sísmica. Vídeos de câmeras de segurança circularam em redes sociais, registrando o momento em que a trepidação ocorre, embora sem mostrar danos visíveis.
Até a publicação desta matéria, o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) e o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), principais órgãos de monitoramento sísmico do país, ainda não haviam divulgado dados oficiais sobre a magnitude e o epicentro do abalo em Rondônia.
O episódio reacende o debate sobre a importância do monitoramento sísmico na Amazônia e a necessidade de se manter a população informada sobre como agir durante esses eventos naturais. Embora os tremores sentidos na região sejam geralmente de baixa intensidade, a recorrência do fenômeno sublinha a dinâmica geológica da placa Sul-Americana, sobre a qual o Brasil está localizado.
Fonte: RO Acontece/ Jornal Correio do Vale
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