GAECO e DRACO2 amanhecem na Assembleia: operação mira assessor de Marcelo Cruz e revela bastidores de um esquema milionário de “servidores fantasmas” que abala a política de Rondônia

A sexta-feira (17) começou turbulenta nos bastidores da política rondoniense. Dezenas de agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO2) amanheceram nas dependências da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO), em Porto Velho, cumprindo mandados de busca e afastamento de assessores parlamentares ligados ao deputado estadual, Marcelo Cruz, ex-presidente da Casa de Leis.

A presença simultânea das duas forças especializadas — uma do Ministério Público e outra da Polícia Civil — reforça a gravidade das suspeitas. Segundo informações apuradas, a operação tem como foco supostas fraudes administrativas e esquemas de “servidores fantasmas”, que teriam sido criados para desviar recursos públicos por meio de cargos comissionados fictícios e empréstimos consignados fraudulentos.

Fontes ouvidas sob sigilo afirmam que a ação desta sexta-feira seria uma continuação direta da Operação Ouro de Areia, deflagrada recentemente pela DRACO2, que revelou um esquema milionário de desvio de salários e lavagem de dinheiro dentro da própria estrutura da Assembleia Legislativa. O alvo principal daquela investigação seria um servidor de carreira acusado de ser o mentor intelectual da fraude, responsável por recrutar pessoas e movimentar grandes quantias por meio de nomeações falsas.

A nova fase da ofensiva conjunta GAECO/DRACO2 amplia o cerco sobre possíveis cúmplices e beneficiários do esquema. Mandados de busca também foram cumpridos em outros municípios do estado, numa demonstração de que a teia criminosa pode ter ramificações bem além de Porto Velho. Documentos, celulares e computadores foram apreendidos para análise.

Nos corredores da ALE-RO, o clima é de apreensão e silêncio. Gabinetes foram vistoriados detalhadamente, e muitos servidores evitaram circular pelos setores próximos aos alvos da operação. Há quem diga que novas prisões e quebras de sigilo podem ocorrer nos próximos dias, já que a investigação segue em ritmo acelerado e com respaldo judicial.

Enquanto o Ministério Público e a Polícia Civil mantêm o sigilo sobre detalhes, a ação desta sexta-feira reforça uma dura realidade: a corrupção institucionalizada continua corroendo o Legislativo rondoniense, disfarçada em folhas de pagamento, cargos de confiança e alianças políticas.

Mais uma vez, a Assembleia Legislativa se torna palco de um escândalo que expõe as entranhas do poder — e coloca sob suspeita figuras influentes da política estadual.

Por RO Acontece

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