A política rondoniense vive dias de intensa turbulência após a inesperada e midiática ruptura entre o governador Marcos Rocha (União Brasil) e seu vice, Sérgio Gonçalves. A exoneração de Gonçalves da Secretaria Estadual de Fomento à Economia (Sedec), anunciada ao vivo, não foi apenas um ato administrativo; ela pode ter sido o golpe final em uma aliança que parecia inabalável, e o estopim para uma verdadeira guerra nos bastidores do poder.
O Início de Uma “Guerra Fria” no União Brasil
O rompimento vai muito além de uma simples troca de cadeiras. Ele sinaliza o início de um ciclo de tensões internas no União Brasil, partido onde Sérgio Gonçalves — e seu irmão, Júnior Gonçalves — detinham o poder real da sigla no estado. Analistas já preveem uma possível retaliação partidária, o que colocaria o próprio governador Marcos Rocha em rota de colisão com a estrutura política que o ajudou a se consolidar no Executivo Estadual.
Com a iminência de uma “guerra fria”, o governador se vê obrigado a redesenhar seu caminho político, possivelmente fora do União Brasil. É nesse cenário que o Republicanos de Alex Redano, atual presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero), surge como um porto seguro. A legenda, que abriga figuras de peso e já se articula para as eleições de 2026, pode ser a tábua de salvação para um governador que sabe que estar isolado em ano pré-eleitoral é sinônimo de enfraquecimento político.
Os Desafios dos Irmãos Gonçalves e o Jogo de Rocha
O tabuleiro político, no entanto, está longe de uma definição. Os irmãos Gonçalves, até então aliados estratégicos, enfrentam agora o desafio de recalibrar sua influência sem parecerem movidos por vingança, enquanto tentam manter o controle da narrativa dentro do União Brasil. O clima entre as partes “azedou” de vez, e o discurso público já se tornou abertamente “beligerante”.
Marcos Rocha, por sua vez, está fazendo um jogo de alto risco. Com um legado administrativo que tenta consolidar como credencial para uma vaga no Senado, ele sabe que precisará de mais do que um novo partido. O governador necessita de estabilidade, apoio da base e uma imagem inabalável de liderança. Para isso, precisa vencer a batalha simbólica que começou com a exoneração de seu vice, mas que pode definir o destino político de todos os envolvidos na cena rondoniense.
O jogo está em aberto. E Rondônia, mais uma vez, é palco de um embate de egos, interesses e estratégias que moldam a política muito além dos palanques. Qual será o próximo lance?
Fonte: RO Acontece
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