A angústia de uma família de Cacoal transbordou para as redes sociais em um grito de socorro. Através de um vídeo, a filha de Mariano Alves de Carvalho, de 76 anos, expôs uma situação alarmante dentro do Hospital Regional de Cacoal (HRC): a suposta falta de medicamentos, equipamentos e materiais básicos para o cuidado diário dos pacientes, incluindo seu pai, que está internado na instituição desde fevereiro de 2025.
O drama do Sr. Mariano começou em um dia comum de fevereiro, quando sua bicicleta foi atingida por outro veículo na movimentada Avenida Cuiabá. Com uma fratura grave no braço, ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e inicialmente levado ao Hospital Heuro. Uma semana depois, foi transferido para o Hospital Regional, a principal referência em saúde pública da região, para a realização de uma cirurgia ortopédica.
O que deveria ser um procedimento para sua recuperação se tornou o início de um pesadelo. Segundo relatos da esposa e da filha, o idoso, que deu entrada apenas com a fratura, contraiu uma grave infecção hospitalar dentro da unidade. A complicação o levou a uma longa e debilitante internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu por vários meses, lutando pela vida.
Atualmente, Sr. Mariano se encontra em uma enfermaria comum, mas o alívio da família é ofuscado pelo medo constante. A denúncia feita pela filha aponta para uma falha sistêmica que coloca em risco não apenas a recuperação de seu pai, mas a de todos os pacientes. “Eles temem que ele contraia uma nova infecção, pois faltam coisas básicas. Como podem garantir a segurança de um paciente em um ambiente onde falta o essencial?”, questiona um parente próximo, ecoando a preocupação da família.
A denúncia levanta um debate polêmico sobre a gestão da saúde pública em Rondônia. Como um hospital de referência regional chega ao ponto de, supostamente, não dispor de itens essenciais para o cuidado diário? A trajetória do Sr. Mariano – de uma fratura tratável a uma infecção quase fatal e uma internação que já dura mais de quatro meses – serve como um doloroso estudo de caso sobre a vulnerabilidade dos pacientes dentro do sistema.
Enquanto a família clama por dignidade e condições mínimas de tratamento para seu ente querido, a comunidade de Cacoal e região se pergunta: o caso do Sr. Mariano é um fato isolado ou a ponta de um iceberg que revela o sucateamento da saúde pública local?
Até o fechamento desta matéria, a direção do Hospital Regional de Cacoal e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) não haviam emitido uma nota oficial em resposta às acusações feitas no vídeo pela família do paciente. A população aguarda por respostas e, mais importante, por ações que garantam que os hospitais sejam lugares de cura, e não de novos tormentos.
Fonte: RO Acontece
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